quarta-feira, 16 de março de 2011

CAVALEIRO KADOSH

O CAVALEIRO KADOSH
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Os ensinamentos do grau

O Cavaleiro Kadosh é o título do iniciado no grau 30 da Maçonaria do Grau Escocês. Como em todos os graus filosóficos, esse grau também comporta ensinamentos exotéricos e esotéricos. Os primeiros se referem ao questionamento feito aos candidatos à elevação e que versam sobre questões morais, sociais, políticas, legais e outras, que estão na nossa vida cotidiana. Questionam-se os candidatos a respeito de suas opiniões sobre a família, matrimônio, divórcio, direitos e deveres sociais, moralidade, liberdade, educação, organização social e política, direitos humanos, trabalho, práticas comerciais e econômicas, institutos jurídicos, virtudes morais, enfim, uma gama de assuntos que denotam a versatilidade e o nível de informação que deve possuir o Irmão para poder ser elevado a esse grau.
Após as respostas dadas pelos candidatos, são os mesmos convidados a subir a Escada Mística, onde serão instruídos sobre as chamadas Artes Liberais, que serão o complemento final e fundamental para que eles se tornem o Cavaleiro Kadosh, ou seja, o Consagrado.
Os Cavaleiros Kadosh se reúnem no Aerópago, palavra gre-ga que quer dizer Praça do Conselho, razão pela qual os graus filosóficos também se denominam aeropagitas.

Aerópago

A inspiração dos graus filosóficos também tem um pé na antiga Grécia. A própria denominação "Areopagita" denuncia essa relação. O Areópago era o tribunal ateniense encarregado do julgamento daqueles que cometiam crimes contra o estado. Os acusados submetidos ao julgamento do Aerópago não tinham direito á apelação. Essa espécie de conselho foi copiada também pelos cavaleiros medievais, que realizavam suas ordálias em um local semelhante ao Aerópago grego. No início, os praticantes do Rito Escocês aplicaram esse sistema ás assembleias que se reuniam para as seções dos graus 19 a 30, razão pela qual eles se tornaram conhecidos como graus aeropagitas.
O Areópago, na origem, era um conselho de 31 membros da sociedade, escolhidos entre os aristocratas atenienses. Suas atribuições variavam conforme os diferentes tipos de governo que vigoravam em Atenas, por isso sofriam as alterações requeridas pela necessidade política. Entre seus membros eram escolhidos os arcontes. Em número de dois, eles eram uma espécie de "reis", cada um responsável por um aspecto diferente do governo de Atenas. O nome "areópago" é uma adaptação do termo areopagus (ou Areios Pagos, de Ἄρειος πάγος), que siginifica "A Colina de Áries", uma referência ao deus da guerra.
Essa referência se deve principalmente ao fato de que em tempos de guerra, os arcontes tinham que cumprir funções militares. Em tempos de paz o areópago funcionava como tribunal responsável pelos julgamentos dos crimes contra a vida e contra o Estado. Os membros do Areópago eram aristocratas escolhidos nas melhores famílias atenienses, razão pela qual formavam um grupo de “eleitos”, supostamente os cidadãos mais virtuosos da comunidade. Dai a sua analogia com a Maçonaria, dado o seu caráter de Assembleia elitista e corporativista.

O simbolismo do grau

Muito se tem comentado sobre a origem e a interpretação desse grau. Para alguns, como Da Camino, por exemplo, sua origem provém das Cruzadas, pois ele teria surgido a partir de uma Ordem de Cavalaria filiada aos Cavaleiros Teutônicos, a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de Santa Maria. *
Outros autores, no entanto, o veem como um grau de vin-gança templária, dedicado a vingar, simbolicamente, a morte do último grão-mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay.
A influência templária aparece claramente no ritual na parte em que é exposta a história da Ordem do Templo. Ali se diz que a Maçonaria adota dois ramos distintos: um bíblico, de inspiração judaico-cristã, e outro de influência místico ― cavaleiro (diga-se gnóstico-templário). Ambos teriam surgido em Jerusalém por ocasião das Cruzadas.
O Ritual diz que a Ordem do Templo, na origem fundada para atender objetivos puramente de segurança, (proteger os peregrinos que iam á Palestina visitar os lugares santos), mais tarde evoluiu para uma sociedade de caráter esotérico-militar, que além de perseguir seus objetivos profanos (políticos, econômicos, militares), também encobria objetivos filosóficos, aos quais tratava de forma esotérica, na melhor tradição dos filósofos gnósticos. Daí todo o mistério que envolveu os negócios da Ordem e a levou á dissolução, com a imolação na fogueira, do seu último grão-mestre, Jacques de Molay, e vários de seus membros.**
Malgrado as interpretações puramente emocionais que fo-ram dadas ao ritual do grau 30, é conveniente não esquecer o sentido do simbolismo que o grau encerra.

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